Patrimônios de Bom Jesus do Itabapoana, naturais e paisagísticos | capítulo II - conjuntura e acervo

Talvez, a maioria dos bom-jesuenses não conhecem de fato sobre a terra onde nasceram e vivem


Reproduzo a seguir, o segundo capítulo do estudo sobre os patrimônios de Bom Jesus do Itabapoana, abordando e apresentando a primeira versão do acervo de nossas riquezas e encantos naturais.


Patrimônios naturais e paisagísticos | conjuntura e acervo

                                                                          Bom Jesus do Itabapoana apesar de pequeno demograficamente, com seus estimados trinta e sete mil habitantes, é vasto territorialmente e com uma diversidade geográfica única nas regiões norte e noroeste fluminense, tendo duas regiões com características distintas, a planície, que engloba as comunidades de Usina Santa Maria, Serrinha, Fazenda Providência, Mutum de Baixo, Mutum de Cima, Carabuçu, Usina Santa Isabel, Bom Jardim e Córrego Seco, e a região serrana, tendo as comunidades de Santa Fé, Piedade, Rosal, Água Limpa, Arraial Novo, Serra do Cachoeirão, Calheiros, Barra do Pirapetinga, Pirapetinga, Braúna, Sacramento e Serra dos Quebrados junto com a região do Caeté. E em todas essas localidades dentro dessas duas regiões temos inúmeros patrimônios naturais de variadas características, e a conjuntura de preservação atual a que vivemos é muito semelhante aos aspectos abordados no primeiro capítulo, com algumas perdas históricas em virtude da falta de organização social na defesa desses patrimônios, e por existir ações voltadas para a preservação, conservação e criação de novos patrimônios naturais, seja na esfera pública ou privada, mas sem que tenhamos um norte centralizado no contexto das políticas públicas de forma global e organizada.

                                                                          O poder público de Bom Jesus do Itabapoana vem legislando pela preservação patrimonial com a aprovação de alguns projetos de lei no Poder Legislativo, como a criação da Área de Proteção Ambiental da Cachoeira da Fumaça e da preservação da extinta Árvore Criminosa, ambas em 2009, e acenou a partir de 2017 com importantes avanços na implantação de projetos ambientais e turísticos, visando a preservação de alguns patrimônios naturais do município, porém de forma fragmentada e pontuadas em determinados locais, sem que se tenha feito um levantamento de todo acervo patrimonial natural para assim engloba-los em um só projeto, que seria uma espécie de Plano Municipal de Preservação do Patrimônio Natural com programas de preservação e de incentivos para a criação de novos patrimônios, como está em fase de conclusão o Parque Natural Municipal Sabiá Laranjeira de Rosal, o aprovado em forma de lei Refúgio da Vida Silvestre Prefeito Jorge Assis de Oliveira em Carabuçu, ressaltando ainda que está em fase de tramitação inicial na prefeitura os projetos de criação da Unidade de Conservação do Pico da Pedra Branca em Pirapetinga e a instituição do Monumento Natural na Pedra do Mutum. Indiscutível que são ações importantes pela preservação desses patrimônios naturais, porém também é indiscutível que é muito pouco em face da vastidão de nosso acervo.

                                                                         
                                                                 A iniciativa privada ou popular, historicamente contribui com a preservação e criação de patrimônios naturais, como o próprio Refúgio da Vida Silvestre Prefeito Jorge Assis de Oliveira, que foi instituído informalmente como reserva ecológica pelo próprio Sr. Jorge e que foi mantida por seus herdeiros, até alcançar a condição institucional de refúgio da vida silvestre, e atualmente temos um dos principais patrimônios naturais como alvo do maior investimento turístico da história de Bom Jesus do Itabapoana, a Cachoeira da Fumaça, localizada na Fazenda Itaguaçu em Calheiros, e que vem sendo alvo de uma acirrada disputa jurídica contra interesses comerciais que pretendem implantar uma PCH no local e por consequência extinguir com a mais importante queda d’água de toda bacia hidrográfica do rio Itabapoana, não obstante, existem instrumentos legais e elementos comprobatórios suficientes para assegurar a preservação definitiva do patrimônio. Ainda na esfera privada, temos a preservação e exploração turística na Pedra do Mutum e na Cachoeira da Barrinha, na Barra do Pirapetinga, como exemplos da iniciativa popular que busca o desenvolvimento sustentável ao aliar entretenimento em seus estabelecimentos na conservação de patrimônios naturais do município.

                                                                                
                  
                                                               Buscando dar sentido organizacional na elaboração do acervo, vamos cataloga-lo por categorias e sub-categorias, no caso da categoria “Patrimônios Naturais”, vamos dividi-la em subcategorias para assim termos mais objetividade para leitura das informações e melhor apreciação das imagens, iniciando com a sub-categoria de patrimônios em pontos de “visão panorâmica”, que são locais elevados existentes na região da planície e no início da região serrana, por isso não enquadro aqui como patrimônios em pontos de altitude. Os locais aqui catalogados por estarem localizados em uma região com topografia predominantemente plana ou sem altitude, tanto a Serra do Jacó em Carabuçu, como a Serra do Tardin na região do Córrego Seco, oferecem grande apelo para visitação turística para quem aprecia paisagens panorâmicas. Inserindo também nesse acervo os dois principais patrimônios naturais que perdemos no passado recente.

Patrimônios naturais que foram extintos em passado recente:

Árvore Criminosa de Calheiros, espécie denominada Farinha Seca, com aproximadamente cento e cinquenta anos e com quase cem metros de altura, fazendo parte das histórias contadas pelos antigos moradores e inserida no hino calheirense, foi derrubada em 2013 por supostamente ter sido envenenada
Cachoeirão de Rosal, que perdeu 70% de seu volume de água devido a construção da barragem da UHE de Rosal iniciada em 1998, eventualmente no período dos temporais de verão ele se robustece e fica muito próximo do que foi.

Patrimônios naturais em pontos com visão panorâmica:


Visão panorâmica da Serra do Tardin - foto: jornal O Norte Fluminense
Vista Panorâmica da Serra do Quincas Reis, na Barra do Pirapetinga - foto: Frederico Sueth
Vista panorâmica da Serra do Jacó, em Carabuçu - foto: Dalvane Oliveira/Facebook



Patrimônios em pontos de altitude da região serrana

São três, os pontos considerados como de altitude existentes na região serrana de Bom Jesus do Itabapoana, todos com mais de 800 metros de altitude, constituídos na Pedra do Creto, localizada na Serra do Cachoeirão em Calheiros com 860 metros de altitude, a Serra da Boa Vista, localizada nas proximidades da Estrada da Queijeira em Pirapetinga e da Fazenda São Tomé em Calheiros, e o Pico da Pedra Branca em Pirapetinga, este o ponto mais alto de todo Vale do Itabapoana com quase 1.200 metros de altitude.

Serra da Boa Vista, fotografada da Avenida José de Oliveira Borges, no bairro José Lima, na sede urbana de Bom Jesus do Itabapoana – foto: Frederico Sueth
Pedra do Creto, na Serra do Cachoeirão, fotografada da estrada velha da Serra do Quincas Reis – foto: Frederico Sueth
Pico da Pedra Branca, em Pirapetinga - foto: Frederico Sueth
Patrimônios em forma de reservas florestais e monumentos naturais de formação rochosa, de conservação ambiental e visitação turística:

Refúgio da Vida Silvestre Prefeito Jorge Assis de Oliveira em Carabuçu, reserva florestal que abriga expressiva comunidade de macacos-prego, sendo consolidado com um dos principais pontos de visitação turística da planície bom-jesuense – foto: Frederico Sueth
Parque Natural Municipal Sabiá Laranjeira de Rosal – foto: Frederico Sueth
Pedra do Mutum – foto: Frederico Sueth
Ilha Caeté, na região da Serra dos Quebrados, esse importante santuário ecológico está sob risco de extinção com a pretensão de se construir a PCH Bom Jesus neste local – foto: Frederico Sueth
Patrimônios naturais em forma de lago ou lagoa:

Lagoa da Usina Santa Maria – foto: Frederico Sueth
Lago José Neves, na chegada da cidade – foto: Frederico Sueth

Patrimônios naturais em forma de cachoeiras e corredeiras, no rio Itabapoana e seus afluentes:

Cachoeira "Véu de Noiva" da Serra do Cachoeirão, Calheiros - foto: Frederico Sueth
Cachoeira "Véu de Noiva" do Arraial Novo, Calheiros - foto: Frederico Sueth
Cachoeira da Barrinha - Barra do Pirapetinga - foto: Frederico Sueth
Corredeira das Andorinhas, no Parque Natural Municipal Sabiá Laranjeira de Rosal - foto: Frederico Sueth
Cachoeira da Perpétua, conhecido também como "Areal do Alamir" e popularmente denominada como "Piuminhha" - foto: Frederico Sueth
Cachoeira de Pirapetinga - - foto: Everaldo Provalero
Cachoeira do Santuário de Aparecida, em Calheiros - foto: Everaldo Provalero
Cachoeira da Capela São Geraldo, na Serra do Cachoeirão - foto: Frederico Sueth
Cachoeira da Fumaça, na Fazenda Itaguaçu, em Calheiros - foto: Frederico Sueth
Cachoeirão de Rosal, em raro momento de exuberância registrado em, janeiro de 2020 - foto: Frederico Sueth

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