Revelações do pós-tragédia que comprometem a prefeitura
O trágico acidente do inicio da semana que
passou despertou as mais diversas reações nas manifestações do público
internauta. Muito se protestou sobre diversos fatores que rondam o serviço
público municipal de transportes de passageiros em tratamento de saúde.
Dentre
as muitas manifestações populares nas redes sociais, eu destaco que algumas
internautas denunciaram que muitos motoristas da secretaria de saúde se excedem
na velocidade, em alguns casos chegando a completa imprudência.
Neste caso a questão seria facilmente
resolvida bastando equipar os veículos de transportes de pacientes com
tacógrafos, que assim a gestão da secretaria de saúde terá como monitorar como
estão os limites de velocidade de todos os motoristas em todas as viagens.
O mais grave está em algumas informações que
recebi de uma pessoa que já trabalhou na secretaria de saúde, em que ele me
confidenciou que absolutamente nenhum motorista da secretaria de saúde que
fazem o transporte de passageiros tem suas carteiras de habilitações
enquadradas na categoria “D”.
E como todos sabem, para conduzir veículos de
transportes de passageiros com capacidade acima de dez ocupantes, a categoria
exigida pelo CONTRAN é a “D”.
E essas vans da prefeitura salvo engano tem
capacidade para treze ou quinze passageiros. E o mais grave é que uma outra
pessoa me informou que dentre os motoristas, um tem sua carteira de habilitação
falsificada por este ser analfabeto, e assim não conseguir aprovação nos exames
de renovação da CNH.
Os graves problemas neste serviço vem desde 2011 quando o
vereador Clério Tadeu denunciou na tribuna da câmara que um motorista havia
ESQUECIDO uma paciente em tratamento quimioterápico no rio de Janeiro, nada
mais absurdo
A segunda confidencia feita pelo cidadão é
que também nenhum dos motoristas que trabalham neste setor tem o certificado
obrigatório de curso de primeiros socorros, o que configura em uma segunda
irregularidade.
Se tais informações forem confirmadas, termos
aberto o precedente para ações indenizatórias em favor das vítimas que causarão
um rombo nos cofres públicos, não por conta do motorista, pois saliento que sua
experiência evitou uma tragédia ainda maior, mas se ele não tiver a CNH na
categoria D, o município sofrerá com as consequências jurídicas.
O processo de sucateamento do serviço de
saúde pública ocasionou em um substancial aumento de demanda de pacientes em
tratamento fora de Bom Jesus do Itabapoana.
E a aniquilação na capacidade de
atendimento do H.S.V.P. levou ao hospital São José do Havaí ao limite de
atendimento. Com isso muitos casos que deveriam e já foram resolvidos em Bom
Jesus do Itabapoana estão agora sendo levados para longe de nossa região.
Esse processo resulta na enorme complexidade
administrativa que um setor de transportes de passageiros exige.
Se levarmos em
conta que os motoristas da secretaria de saúde, assim como todos os servidores
ganham um salário miserável, eles tem que trabalhar durante todo o dia, para a
noite entrar em uma van com oito, dez ou até doze passageiros e encarar quase
quatrocentos quilômetros de rodovia em ida e volta em estradas com péssimo
estado de conservação, conduzindo vidas, e sem a menor condição física.
Considerando a constante rotina de viagens ao
Rio de Janeiro, a prefeitura deveria criar um departamento de recursos humanos
somente para o setor de transportes de passageiros, pois assim como em qualquer
grande empresa de transporte de passageiros em longas distancias, as empresas disponibilizam
aos motoristas acompanhamento de psicólogos e assistentes sociais, para sempre
terem a absoluta certeza que o motorista está bem e em totais condições de
conduzir dezenas de vidas durante as madrugadas.
Inclusive é muito comum que esses profissionais
de apoio se reúnem não só com os motoristas, mas com as famílias destes também.
Este mesmo departamento por exemplo poderia criar programas de incentivos para os motoristas modificarem a categoria de suas habilitações para atender as exigências da leis, tudo custeado e acompanhado pelo setor sugerido.
Esses questionamentos servem para todos
refletirem o nível de responsabilidade que este tipo de serviço público exige,
e nas atuais condições em que a prefeitura administra o mesmo, situações como
desta semana pode vir a ocorrer novamente e em proporções mais trágicas.
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