Cidadania | A sub-condição social imposta pela limitação institucional

Por diversas vezes o vereador Celso Rezende protestou na tribuna legislativa sobre o retrocesso institucional que vive Bom Jesus do Itabapoana atualmente, ele sempre protesta contra o fato da gerência operacional de CEDAE ser em Miracema e da base de atendimento emergencial da AMPLA mais próxima estar localizado em Itaperuna. De fato causa desconforto a situação de uma cidade de menor porte e com localização geográfica desfavorável ser contemplada com a gerência regional da CEDAE, Bom Jesus do Itabapoana tem uma população bem maior que Miracema e o desprestígio político atual faz com que nosso atendimento seja subordinado a Miracema.

Foto: Blog do Jailton da Penha
Entretanto temos problemas institucionais muito mais graves que os acima citados, e para exemplificar a conjuntura vamos abordar o drama de uma família da periferia do bairro Santa Rosa, em que a fragilidade institucional de Bom Jesus do Itabapoana ficou friamente retratada sob dois aspectos, um pelas mazelas municipais e outra estaduais.

O drama citado se deu com a ocorrência de um cidadão do bairro ter começado a passar mal durante a madrugada, os vizinhos acionaram o pronto socorro e segundo familiares o atendimento não foi realizado por conta dos socorristas terem se negado a ir adiante com a ambulância devido a um buraco que estaria interditando a passagem.
Será que não havia uma outra passagem ou rua para a ambulância contornar para chegar a casa do cidadão? Será que se esse buraco fosse em um bairro nobre da cidade ele seria um obstáculo para o atendimento? Lembrem-se que o serviço de urgência e emergência é de responsabilidade do município, no qual o secretário de saúde tem a cara de pau de vir a público para dizer que o serviço de urgência e emergência funciona a contento.

Por diversas vezes foi protestado neste espaço acerca da irresponsabilidade do poder executivo em insistir na manutenção do convênio com o hospital para o atendimento de urgência e emergência nos deficitários 250.000,00/mês, ao passo que a direção do hospital deixou muito claro que para manter esses serviços dentro dos rigores legais por menos de R$ 380.000,00 seria completamente inviável.
Portanto a direção do hospital ao consentir com os valores deficitários no convênio, assume com esta grave irresponsabilidade em aceitar as condições desfavoráveis propostas pelo município, ou impõe-se os valores estudados ou não se aceita os valores propostos pelo executivo.

E depois que o cidadão enfermo teve o atendimento emergencial supostamente negado pelos socorristas, o mesmo veio a óbito e a partir daí começou o calvário dos familiares por conta da mazela pública estadual.
Bom Jesus do Itabapoana não conta com um perito criminal sequer para liberar qualquer cadáver que vem a óbito fora do hospital, seja em acidentes de trânsito ou morte natural, para o corpo ser liberado legalmente para os preparativos fúnebres depende da vinda de um perito policial de Itaperuna.
Com essa limitação institucional a família do cidadão que faleceu no bairro Santa Rosa teve que ficar com o corpo dentro de casa da madrugada até a tarde de sábado (14:00 h), uma situação absurda que agride brutalmente o sentimento fragilizado dos familiares com perda do ente querido.
Familiares do cidadão que faleceu protestaram ao vivo no programa dos vereadores na Rádio Bom Jesus e no Blog do Jailton da Penha.

Situação semelhante viveram os familiares do jovem com distúrbios psiquiátricos que cometeu suicídio em Rosal, mesmo com ele tendo falecido no início na manhã, seu corpo permaneceu no meio do pasto até as 15:00 horas.
Já passou da hora dos agentes públicos terem a iniciativa para pressionar a secretaria de segurança pública do estado para disponibilizar ao menos um perito policial exclusivo em Bom Jesus do Itabapoana com plantão adequado para acabar com esta situação ultrajante vivida por muitos bom-jesuenses.

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