Questão racial fora do alcance das cotas
Mesmo com o reconhecido avanço na instituição das políticas
de cotas raciais nas universidades e no serviço público, agora o próximo
desafio será a questão relacionada a saúde dos negros no País
As políticas de cotas raciais proporcionam indiscutível
resultado dentro da seara das oportunidades, é fato que somente com elas é
possível aumentar o número de estudantes negros nas universidades públicas ou
particulares, além da maior participação no serviço público em todas as
esferas, políticas de cotas seja por questões étnicas ou por necessidades
especiais serão sempre imprescindíveis.
Por outro lado, no que tange o aspecto da saúde e do bem
estar da população negra o Brasil ainda está lamentavelmente atrasado nos
debates para implantação de políticas públicas para combater as desigualdades
vividas entre negros e brancos em nossa sociedade.
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Clique na imagem e baixe a cartilha |
Para que se tenha uma dimensão da gravidade do quadro,
segundo informações de especialistas de políticas raciais, existem algo em
torno de cem patologias étnicas específicas na população negra que sequer
constam na literatura médica utilizada em nossas universidades, tanto públicas
como privadas resultando em mais um fator provocador de morte entre a população
negra que não entram nas estatísticas sociais.
Em 1996 o Ministério da Saúde iniciou um estudo voltado para
as patologias consideradas de origem étnicas que resultou no ano de 2001 em uma
cartilha elaborada por diversos especialistas das áreas estudadas par servir
como orientação nas unidades de saúde da família, no entanto, tal cartilha aborda
somente cindo patologias específicas na população negra sem saber se tal
projeto foi continuado, o que pelo visto não se tem notícia de qualquer
movimentação neste sentido.
Antes de comemorarmos o resultado das políticas de cotas
raciais, temos agora que concentrar nossos esforços na reversão desta aberração
social existente no Brasil, é inaceitável que quarenta por cento da população
brasileira não tenha acesso a atendimento médico especializado, como
decorrência deste desequilíbrio muitas mortes que poderiam serem evitadas com a
especialização dessas patologias de origem étnica.
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