Rigor e frouxidão na fiscalização ambiental de BJI
Em
junho de 2012 os moradores da Usina Santa Isabel foram abordados pelo poder
público sobre um levantamento social de sessenta e nove residências localizadas
em áreas de proteção permanente, pelas mesmas estarem situadas nas margens do
rio Itabapoana, na ocasião a defesa civil também atestou o laudo da
fiscalização ambiental alertando sobre os riscos de inundações.
O
processo que tramitava no MPF desde 2009 teve seu ápice polêmico um abril de
2013 em uma audiência pública na câmara, e na sequência com a formação de uma
comissão tripartite entre vereadores, representantes dos moradores e do poder
executivo que se reuniram com o Procurador da República em busca de uma solução
consensual para o impasse.
O
processo ainda permanece suspenso com a determinação do MPF para que o poder
executivo providencia um estudo técnico especializado para emitir um parecer definitivo
sobre o caso, em que temos na maioria das residências construídas a mais de
cinquenta anos.
Inclusive
a prefeitura publicou a licitação para contratar a empresa especializada para o
estudo ambiental das residências envolvidas no processo que pretendia demolir
quase setenta casas.
Então
vamos ver o outro lado da moeda incoerente tanto da fiscalização ambiental como
da defesa civil de Bom Jesus do Itabapoana, as imagens desta publicação
retratam uma obra que teve seu início, salvo engano, no final de 2013, bem
depois de toda polêmica envolvendo os moradores de Santa Isabel em abril do
mesmo ano.
Trata-se
de uma obra localizada também em uma Área de Preservação Permanente, também nas
margens do Rio Itabapoana e também em local com risco de inundações, como todos
sabem, na rua que acessa o antigo Campo do Fluminense as ocorrências de
inundações são históricas, e mesmo assim a obra seguiu em frente com as bênçãos
de todas as fiscalizações da prefeitura.
Qual
seria o critério da fiscalização ambiental e a defesa civil em determinar a
demolição de 69 residências em Santa Isabel, sendo que dessas, muitas situadas
muito mais distante do rio que do que esta obra?
Um
detalhe nessas fotografias pode nos dar uma parte da resposta para encontrarmos
o critério que levou a prefeitura a autorizar esta obra em pleno centro da
cidade, bastando observarmos que na placa do responsável técnico temos na
pessoa do engenheiro responsável, o mesmo engenheiro co-responsável da obra de
saneamento do bairro Lia Márcia, sendo certo que ele foi o principal
representante da Deiferson em todas as demandas e polêmicas que ocorreram.
No
presente momento esta obra já deve ter sido concluída, essas fotografias foram
registradas em 2014, e neste caso fica o desafio para os implacáveis fiscais
ambientais e os “especialistas” da defesa civil elaborarem um relatório determinando
a demolição deste prédio, que foi construído muito tempo depois das residências
que vocês pretendiam demolir em Santa Isabel.
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