PMAQ | Números omitidos que deveriam ser debatidos
Em participação telefônica no
programa “O Legislativo e a Comunidade” do último sábado (31/10), o vereador
Ricardo Aguiar foi certeiro ao reivindicar que o secretário de saúde apresente
aos vereadores e demais interessados, uma planilha detalhando todos os itens
necessários para promover a estruturação necessária para garantir o cumprimento
das metas do PMAQ.
Somente a partir do momento
em que for de conhecimento dos vereadores do quanto será necessário investir em
estruturação, é que os participantes dos debates terão como chegar ao
percentual exato para a gratificação dos profissionais.
Para que todos os envolvidos
neste debate tenham lucidez e conhecimento de causa para opinar a respeito, vou
abordar alguns tópicos que serão determinantes para norteamos os percentuais a
serem partilhados entre estruturação e gratificação.
Estruturação
Segundo consta na legislação do
PMAQ, a estruturação das unidades de atenção básica de saúde consiste em
COMPLEMENTAR em equipamentos e bens permanentes, podendo exemplificar em uma
hipótese de um PSF contar com 4 nebulizadores, e para que a equipe que trabalha
nele ter possibilidade de aumentar a produtividade em atendimentos para
alcançar metas mais ousadas, com os recursos para estruturação possibilitaria
adquirir mais dois nebulizadores.
Por se tratar de aquisições
de bens permanentes, entende-se que os valores a serem investidos em
estruturação serão destinados a aquisição de BENS DURÁVEIS, e não materiais de
consumo que geram despesas mensais, para essas, já existe no orçamento vigente
a rubrica específica, podendo reduzir ao máximo o percentual a ser destinado
para a estruturação.
Quanto já foi depositado?
Conforme ilustração abaixo, o
PMAQ vem sendo regularmente repassado para Bom Jesus do Itabapoana desde dezembro
de 2011, sendo que a partir de maio os valores se estabilizaram na casa dos R$
26.000,00/mês em média, e se multiplicarmos tais valores pelos mais de trinta
meses de repasses, a quantia depositada como retroativo supera os R$
700.000,00.
Somente no demonstrativo abaixo
com os repasses entre dezembro de 2011 e dezembro de 2012 totalizam R$
279.200,00.
Somente o valor que já foi
depositado seria mais do que suficiente para estruturar todos os PSF’s, com
sobras ainda para criar um fundo de reserva de estruturação, e ainda com um
restante substancial para fazer o rateio do retroativo aos profissionais.
Imagino que o governo não
terá que investir mais do que R$ 300.000,00 em aquisição de bens permanentes
para a estruturação, com isso poderia se destinar R$ 100.000,00 para a criação
do fundo e ainda sobraria mais de R$ 300.000,00 para o rateio do retroativo
entre os profissionais.
Com a estruturação toda
garantida com o que já foi depositado, com a criação do fundo com um deposito
de R$ 100.000,00 iniciais, pode-se tranquilamente em estabelecer os percentuais
dos valores que serão depositados daqui por diante na proporção de 90% para os profissionais,
e 10% para alimentar o fundo de reserva de estruturação que já estará com R$
100.000,00 depositados.
Quem
está legitimado para participar da audiência pública?
Este debate tem que ser prioritariamente
direcionado aos anseios dos profissionais que participam do Programa de
Melhoria ao Acesso de Qualidade de atenção básica de saúde, porém, diante do
atual cenário em que temos a maioria dos profissionais na condição de
contratados temporários, temos que centrar as decisões entre os concursados,
sindicato, vereadores e executivo, respeitando a ordem prioritária.
Os servidores contratados que
já se manifestaram por qualquer quantia que vier a ser ofertada pelo executivo
ou pelos vereadores da base, de antemão esses já se desqualificaram para o
debate.
Esses contratados estão
fazendo um barulho típico de quem sabe que não vai permanecer em definitivo no
setor que atua, e este assunto é de uma seriedade típica de quem se preocupa
com o FUTURO, inclusive dos concursados que cedo ou tarde ingressarão nessas
vagas e irão herdar o que está sendo debatido agora.
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