Pressão inconsequente fará prefeitos a relaxarem em seus decretos

Em Itaperuna o chefe do executivo já baixou a guarda, e em BJI Roberto Salim também estaria inclinado a ceder aos apelos ignorantes


A história italiana está se repetindo com o mesmo enredo aqui no Brasil, e agora se agrava depois do pronunciamento canalha do presidente da república, que acabou por incendiar seus seguidores que empreendem no comercio e serviços, e o reflexo se mostra trágico...

...com bolsonaristas incendiários promovendo uma carreata-viral em Cachoeiro do Itapemirim, que acabou por contaminar Itaperuna e Bom Jesus do Itabapoana por exemplo, com empresários bolsonaristas e pré-candidatos da mesma ideologia fundamentalista encampando um movimento pela desobediência das normas regidas no decreto...

...propondo inclusive a realização de uma carreata em protesto contra as restrições impostas pelo chefe do executivo, dando atmosfera anárquica em nosso cenário de pandemia que sem dúvidas resultará em uma tragédia ainda no mês de abril. 

Reproduzo a seguir o artigo veiculado no Portal Disparada:


Tem causado revolta e comoção nas redes sociais as declarações de Junior Durski, dono da rede de restaurante Madero. Ele se alinha a o outros bizarros empresários, como Roberto Justos e o Veio da Havan, críticos das medidas de isolamento social que começaram a ser implementadas no Brasil desde o último fim de semana para conter a propagação da pandemia do Coronavírus. 

No vídeo, Durski disse textualmente que não se pode parar a economia porque 5 ou 7 mil pessoas vão morrer. Incentivou a população a chorar seus mortos, mas não ficar em casa porque o Brasil precisa produzir e que a maioria dos Brasileiros que for infectada nem ficará doente.

Essa tese de que o contágio de 50% da população resolve o problema e fará o vírus desaparecer era defendida pela extrema-direita na Europa e nos Estados Unidos. Até que apresentaram para Donald Trump e Boris Johnson estudos que mostravam que essa postura mataria 500 mil ingleses e 5 milhões de americanos. A Itália está destroçada. A Espanha ultrapassará a Itália em número de mortos nos próximos dias. Nova York, com sua bela Manhattan, já está de joelhos.

No Brasil, o número de mortos dobra a cada 2 ou 3 dias, desde a semana passada. Nesse ritmo, em um semana morrerão 300. Em 15 dias, serão 2.500 mortes. 

O Brasil não será a Itália. Na verdade, São Paulo será a Itália. Rio de Janeiro será outra Itália. Esses 2 estados, mais o Distrito Federal, viverão as maiores tragédias de suas histórias. Mas ainda há tempo dos outros estados evitarem o pior. E só conseguirão isso adotando medidas cada vez mais rígidas de contenção e isolamento. Qualquer coisa além disso é eugenia. É defender que as mortes são mera seleção da espécie.

O mundo sairá dessa tragédia com suas economias extremamente fragilizadas dessa pandemia. Como disse Trump na quinta-feira, a “situação econômica mundial pós-pandemia não será melhor do que o cenário pós-segunda guerra mundial.” Ou seja, as principais nações do mundo precisarão sentar à mesa e promover uma enorme consertação. Sim, será necessário um novo Plano Marshall. 
Mas isso fica para depois. A hora, agora, é de de salvar vidas e resgatar pessoas da miséria. E amparar as pessoas. 

Quem defende perder algumas milhares de vidas para preservar a economia, em breve estará com as mãos sujas de sangue. E quando tudo isso passar, o lugar deles será o lixo da história.

Por Adroaldo da Cunha, Chefe de Gabinete da Liderança do PDT no Senado Federal

Comentários

Postagens mais visitadas