COVID-19: Entre os doze municípios do noroeste, somente BJI não divulga os casos suspeitos

No quesito transparência, governo Roberto Salim não merece sequer uma nota zero, e sim uma incursão do MPRJ    



O Blog do Frederico, com a colaboração do Blog do Luciano Egídio, fez um levantamento sobre os modelos dos boletins de divulgação sobre o COVID-19 nos doze municípios da região noroeste fluminense, com o colega levantando boletins de outras regiões que se mostraram os mais detalhados durante a pesquisa...

...e dentro de nossa região, somente Bom Jesus do Itabapoana não divulga os casos suspeitos em análise ou em monitoramento domiciliar sem ter sido realizado o teste, e mesmo com a recomendação do MPRJ a BJI e Italva sobre o detalhamento dos boletins, a PMBJI permanece violando o princípio constitucional da PUBLICIDADE, previsto no Artigo 37 da CF/1988...

...e a falta transparência e detalhamento de todas as informações é indiscutivelmente prejudicial para conscientizar a sociedade a permanecer em casa, pelo contrário, estimula as pessoas a relaxarem do afastamento social mediante a números aparentemente tranquilos, mas sem sabermos quantos pacientes estão sendo testados nada fica sob controle.



Causa espécie é que o governo divulgava todos os dados necessários sobre os pacientes, e por uma inquietante coincidência a divulgação foi suspensa a partir da semana em que o hospital começou a celebrar convênios unilaterais com outras prefeituras para receber pacientes contaminados...

...sendo factual se não temos o número de suspeitos divulgados, a população não se incomodaria com ocupação quase que total dos leitos de UTI custeados pela PMBJI, e que estão sendo utilizados por pacientes de outros municípios, e sem que o município receba qualquer contrapartida...

...porém, a irresponsabilidade do poder público municipal está justamente no fato de até bem pouco tempo estávamos longe de qualquer risco de colapso em nosso sistema de saúde, e agora o prefeito permite ficarmos a semana toda com duas ou três vagas disponíveis, sendo que temos atualmente onze pacientes positivados e em monitoramento.

Levantamento realizado pelo Blog do Luciano Egídio aponta Carmo e Guapimirim, como os boletins mais detalhados

A falta de transparência da gestão municipal não se concentra somente nos boletins do COVID-19, ainda não se tem notícia sobre como o município custeou esses mais de sessenta leitos convencionais e de UTI, se foram comprados em definitivo e servirão a população no pós-pandemia, ou se todo equipamento foi locado e quais os valores envolvidos...

...assim como não se tem notícias de quantos testes-rápidos a SMS-BJI comprou, quais os valores pagos, e se todos os testes foram utilizados e se a prefeitura permanece comprando novos lotes de testes, tudo isso deveria ser dado publicidade...

...para a sociedade em vez de suspeitar do governo, ela se conscientizasse sobre o quanto os contribuintes bom-jesuenses estão pagando para toda estruturação e operação de enfrentamento à pandemia, pois somente com transparência radical a sociedade acredita no governo, e nesse momento a credibilidade do poder público e sociedade é essencial.


Em tempo¹: O tema transparência também inexiste na gestão do Hospital São Vicente de Paulo, em face de tantas dúvidas que pairam sobre esses convênios firmados com outras prefeituras, no tocante dos valores envolvidos e quanto será rentabilizado ao hospital, e se houve reforço de pessoal da linha de frente...

...sendo líquido e certo que até o momento se não temos problemas com profissionais de saúde que estão trabalhando no enfrentamento ao coronavírus, muito se deveu ao fato de termos até bem pouco tempo uma estrutura mais do que suficiente para controlar a carga viral recebida...

...pois na ocasião a UTI-COVID contava com quatro a seis pacientes internados, e agora temos entre dezoito e vinte pacientes internados há pelo menos uma semana, expondo nossos profissionais de saúde a situação semelhante a vivida no Hospital São José do Avaí, com mais de oitenta profissionais infectados e fora de combate.

Em tempo²: Mediante tantos questionamentos graves acima elencados, o que fazem os vereadores com suas prerrogativas fiscalizadoras? Até o momento nenhum vereador levantou qualquer indagação sobre as muitas obscuridades envolvidas na pandemia bom-jesuense...

...seja por parte do executivo ou da direção do hospital, ambas as instituições deveriam ser alvos de implacáveis medidas fiscalizatórias por parte dos pobres-edis, pois o que não falta em nosso noticiário político/policial são escândalos-pandêmicos com o dinheiro público.


A prefeitura de Cambuci divulga seus boletins em vídeo

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