Em Bom Jesus do Norte, mais uma vítima do conservadorismo que se nega a DEBATER o aborto

Você que “é contra” sem se aprofundar no tema, não contribui contra a prática clandestina e ainda colabora com as mortes de DUZENTAS MULHERES por ano



A Constituição Federal de 1988 prevê a realização de aborto em três casos, quando o feto foi concebido através de um estupro, quando há risco de morte da mãe, e quando se constata que se trata de um feto anencéfalo, porém o texto constitucional exige que se regulamente a prática no Sistema Único de Saúde...

...para que se tenha real controle sobre as circunstâncias que venham a autorizar o procedimento na rede pública, passando a gestante pela triagem do serviço social e de avaliações clínicas para se constatar a real necessidade...

...oportunizando assim ao poder público, através do sistema de saúde preventiva, em convencer a gestante a não interromper a gravidez se ela não se enquadrar nas condições previstas na CF de 1988, oferecendo a ela suporte social e psicológico para até contornar a situação com os pais, em caso de menor ou dependente...

...evitando assim que essas mulheres não recorram aos meios clandestinos e precários, que resultam em uma morte a cada dois dias, isso sem contar a quantidade de abortos que são realizados clandestinamente.

O que se propõe no debate sobre o aborto é REGULAMENTA-LO no SUS, para assim evitarmos uma tragédia como essa ocorrida em Bom Jesus do Norte nesta semana, pois a sociedade com todo seu conservadorismo reacionário, joga duzentas mulheres todos os anos no abismo desses procedimentos mortais...

...e muito menos se evita que os abortos se realizem, pois se temos uma mulher morrendo a cada dois dias por conta da precariedade sanitária desses procedimentos caseiros ou em clínicas subterrâneas, temos então milhares de fetos sendo ceifados sem que tenhamos o menor controle sobre obter uma chance mínima que seja, para convencer a mãe a dar a luz...

...e não joga-la no gueto da clandestinidade que ceifa com vidas de quem poderia gerar outras vidas, mesmo porque, se uma gestante se engravidou através de um estupro e a proibimos de abortar esse feto indesejado, concebido por um ato extremamente violento...

...estamos assim condenando ela a pena perpétua de ter que viver eternamente com a memória de um momento tão brutal e traumático para a vida de qualquer mulher, e geralmente as vítimas desse proibicionismo inconsequente são as mulheres pobres das periferias brasileiras, pois as com poder aquisitivo têm acesso a clínicas estruturadas, mesmo que clandestinas.

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