Prefeito decreta estado de calamidade administrativa e fiscal em BJI
Não foi por falta de alerta sobre perder tempo no período transitório, o colapso administrativo foi mais do que anunciado
Extraoficialmente,
o Blog do Frederico teve acesso a uma página do decreto 1.729 de 18 de janeiro
de 2021, assinado pelo prefeito Paulo Sergio do Carmo Cyrillo, anunciando o
estado de calamidade administrativa e fiscal de Bom Jesus do Itabapoana, apontando
uma dívida de R$ 51 milhões e afirmando não haver previsão orçamentária para
quitar com esse passivo...
...faltando
agora a boa vontade do governo com a sociedade, para assim termos divulgado na
íntegra todo decreto e seus dados detalhados, como por exemplo essa dívida, que
durante as eleições foi anunciada em pouco mais de R$ 30 milhões e agora o
governo constata mais vinte milhões.
Dentre as
considerações contidas no decreto, uma é a mais descarada mentira institucional
documentada, quando acusa a falta de transparência do governo anterior em
disponibilizar as informações completas sobre a situação fiscal no período de transição...
...sendo que
o governo anterior não foi sequer procurado para articularem o período
transitório, tanto que o governo eleito em momento algum se manifestou em
protesto pela suposta dificuldade em acessar os dados fiscais e administrativos,
até mesmo poderia ingressar com um mandado de segurança no judiciário para
garantir o acesso amplo, geral e irrestrito.
O que podemos
suspeitar desse decreto de calamidade administrativa e fiscal, é uma forma de
acobertar a própria incompetência do governo eleito e empossado, como havia
alertado em duas reportagens em 18/01/2021, o escândalo-Sincov vai travar a administração da prefeitura...
...e muito
provavelmente o governo tenha sido alertado pelos órgãos de controle social que
monitoram a Plataforma Mais Brasil, portanto, esse decreto de calamidade na
verdade é um indiscutível atestado de incapacidade do prefeito em enfrentar os
problemas do município, não tiveram competência sequer para montar a equipe do
setor de convênios.
Abaixo temos
uma retrospectiva do período transitório, onde fica comprovado que o prefeito
jamais demonstrou preocupação com a situação fiscal e administrativa da
prefeitura, ele estava preocupado em se aproximar do grupo político de Branca
Motta, em promover uma “caça as bruxas” de Roberto Salim ,e com sua hipotética
reeleição em 2024.
16/11 – O comentário
do podcast aponta a confraternização do grupo de Cyrillo com a turma de Branca
Motta nas celebrações da vitória eleitoral, demonstrando que os dois grupos se
uniriam nas articulações do então futuro governo.
17/11 – É dado
o primeiro alerta sobre o curto tempo de transição, além de apontar a aproximação
do prefeito eleito com personagens do grupo de Branca Motta.
18/11 – Apoiadores
de Branca Motta em Calheiros organizam uma carreata comemorando a vitória de Cyrillo com venda de camisas temáticas, mas que devido a péssima repercussão, o próprio
prefeito eleito anunciou o cancelamento da mesma, mas justificando o tempo
chuvoso. No mesmo dia me encontrei com o vice-prefeito eleito, Otávio Amaral, e
o mesmo que naquela ocasião estava na expectativa de assumir as finanças do
município, me disse que já estava analisando as finanças da prefeitura, o que
tem a ser pago ou arrecadado, admitindo que teve acesso a documentação financeira da prefeitura.
23/11 –
Serginho Cyrillo participa da churrascada do vereador eleito Marcelo Vieira em Carabuçu, e
ainda alertei pela segunda vez sobre ele estar queimando o curto tempo de
transição governamental em eventos que nada contribuem para o planejamento do governo
eleito. Neste mesmo dia também veiculei as primeiras traições do prefeito
eleito, exemplificando o abandono dele com Urubantan Rabello.
24/11 –
Direciono o alerta ao vice-prefeito eleito, sobre a risco de se nomear um
secretário de educação fora do corpo de servidoras efetivas, de ainda estar
realizando os trabalhos de transição na sede da FAMESC, e ainda com Patrik Azevedo
tendo acesso a documentos.
25/11 – O governo
de transição perdia tempo com a tentativa de interferir no modelo da Casa do
Artesão, projeto indiscutivelmente exitoso e que requer que seja mantido
regularmente, mas o governo se manifestava no intuito até de mudar o endereço, alegando
o valor do aluguel como problema.
27/11 – Foi dado
o primeiro alerta sobre a perspectiva de exonerar todos os cargos comissionados
do segundo escalão, sabendo do risco de travar com a gestão, inclusive
mencionando a Plataforma Mais Brasil, salientando que havia alertado o
vice-prefeito Otávio Amaral. No mesmo dia, o prefeito eleito oficia ao
legislativo o seu pedido de exoneração do cargo de vice-prefeito de Roberto
Salim, uma demonstração cabal de que não havia preocupação com a situação
fiscal do município e sim com sua hipotética reeleição em 2024.
30/11 –
Prefeito e vice eleitos concedem entrevista coletiva, onde restou claro o
despreparo e desconhecimento de Cyrillo sobre a situação do município e a falta
de visão de todos os assessores presentes na coletiva, e mesmo com tema dívida
previdenciária ser amplamente debatida nas eleições, duas semanas depois da vitória
o governo ainda não tinha informações acerca do problema fiscal. Na mesma
entrevista ficou evidente a sanha revanchista dos eleitos, ao se aprofundarem
no tema “auditoria dos contratos” da gestão Roberto Salim.
05/12 –
Prefeito eleito se reúne com os vereadores eleitos, em um auditório da FAMESC, em
novo episódio alertado em que se queimou tempo de transição para tratar de assuntos
alheios ao interesse público, haja visto que não se veiculou o que se discutiu nesse
encontro. No mesmo dia, Urubatan Rabello publica um manifesto público
justificando seu rompimento com o governo eleito, ele que foi candidato a
vereador e aliado desde o início, era cotado para assumir uma secretaria no
primeiro escalão do governo.
09/12 – A futura
presidenta da câmara de vereadores dedica tempo e energia para representar
denúncia contra um evento privado ocorrido, em vez dela auxiliar o seu aliado
eleito a prefeito no planejamento fiscal durante o curto período de transição.
30/12 –
Prefeito eleito se entende com o proprietário da JL & M na coleta de lixo e
limpeza urbana, sendo que ele estava com o ex-advogado geral do município,
demonstrando novamente que sua prioridade era assuntos de natureza duvidosa.
31/12 – Recebo e repercuto três mensagens de servidores efetivos, alarmados com a atmosfera autoritária e persecutória que pairava nos meios transitórios, vereadores da base governista e aliados do prefeito já estavam assediando servidores antes mesmo da posse.
Todos esses fatos foram noticiados no Podcast do Blog do Frederico, e editados em capítulos da série "O futuro, pertence a quem", e que estão todos armazenados em lista de reprodução para qualquer um acessar e relembrar as abordagens da época, bastando clicar neste link: https://youtube.com/playlist?list=PLQER0Q78NsfWTU7VivDzbuozsZWpOzeox
Sobre o escândalo-Sincov, abaixo você se inteira sobre o que de fato vai bloquear os repasses federais para Bom Jesus do Itabapoana:
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