Brizola já dizia, “Lula cacareja para a esquerda e põe ovos na direita”
Ele até tentou emplacar a retórica esquerdista ao desafiar um debate com o “mercado”, mas Reinaldo Azevedo lembrou a farra dos bancos com ele
O Blog do
Frederico reproduz interessante dissertação sobre a entrevista do
ex-presidente:
Sobre a
entrevista do Lula ao Reinaldo
Azevedo em 01/04/21:
O que
diria a militância da Esquerda Lulista se Lula tivesse dito na entrevista que
depois de “cansar de perder as eleições” presidenciais conversou com o seu
partido e decidiu se unir à Direita Liberal em 2002 para, finalmente, vencer?
O que
diria a militância da Esquerda Lulista se Lula, que sempre declara com muito
orgulho que “jamais na história deste país os bancos tiveram mais lucros do que
tiveram durante os seus governos”, tivesse dito na entrevista que “esse
mercado, se tivesse juízo, ia para Aparecida do Norte pagar promessa para eu
voltar”?
O que
diria a militância da Esquerda Lulista se Lula, ao ser perguntado sobre
privatizações pelo jornalista que se autodeclara um Liberal convicto, tivesse
dito que “Furnas, Caixa Econômica Federal e Eletrobrás poderiam ser
transformadas em empresas de economia mista”?
Suponho
que a militância Lulista não diria nada, como não dirá, pois Lula falou
exatamente tudo isso e muito mais…
Como já
está acostumada, esta militância tapará o nariz, cobrirá os olhos e engulirá o
sapo a seco, sorrindo, lacrando e cancelando os opositores do “Santo Lula”
loucamente, como sempre.
Na
entrevista ao Jornalista Reinaldo Azevedo, Lula mostrou, mais uma vez, que o
seu projeto para o Brasil é o pobre ter o poder de consumo suficiente para
conseguir “fazer um puxadinho, comprar uma bistequinha, comprar uma cervejinha
geladinha”.
Ou seja,
o Lula pretende, se eleito, retepetir a mesma política econômica dos seus
governos anteriores, alçando o pobre ao patamar de consumidor, mas não,
necessariamente, ao patamar de cidadão pleno de direitos vivendo em uma
sociedade na qual o Estado lhe garanta todos os serviços, de sua
responsabilidade, previstos na Constituição Federal.
Não se vê
um projeto de médio e longo prazo para o Brasil.
Não se
fala em reindustrialização do país.
Não se
fala em investimento na Educação Básica como estratégia para que o país possa,
dentro de alguns anos, alcançar o nível de Educação que provocou verdadeiras
revoluções sociais e econômicas em países como a Finlândia, que optou por
propiciar uma Educação Básica de alto nível para toda a sua população e em
menos de 20 anos deixou a pobreza e o subdesenvolvimento para trás.
Não se
fala em tributação de lucros e dividendos.
Não se
fala em taxar grandes fortunas e grandes heranças.
Enfim,
não se fala nada que possa abalar a camada da sociedade que apoiou a sua
reeleição em 2006 e a eleição da Dilma em 2010: A elite econômica, que tanto se
beneficiou da política econômica dos governos do PT.
Governos
do PT que, aliás, nunca ameaçaram os interesses desta mesma elite e, jamais,
representaram uma “ameaça” de provocarem mudanças estruturais na formatação
social, econômica, cultural e política do país.
>>Por
Fabiana Moretti, formada em Letras pela USP, com Licenciaturas nas áreas de
Língua Portuguesa e Inglesa, Linguística e Pedagogia. Mestre em Linguística
também pela USP, é Diretora de Escola na Rede Municipal de Ensino de São Paulo.
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