Júlio Bueno > Wenergy > Monex > Diogo Bueno | O escandaloso quebra-cabeças das PCH’s
Júlio Lopes nos ofertou a ponta do novelo, que interliga nomes e fatos cronológicos do esquema
Não há
sombras de dúvidas que estamos diante de um escandaloso esquema de corrupção
“padrão Lava jato”, mesmo não sendo alvo de investigações da operação, seus
personagens foram diretamente envolvidos pelas delações e incursões da Polícia
Federal a partir de 2015 no Rio de Janeiro, conforme relato a seguir.
Júlio
Bueno
Os projetos
envolvendo as PCH’s Saltinho do Itabapoana e Bom Jesus são originados em 2009,
no terceiro ano do primeiro governo de Sergio Cabral no estado do RJ, e no
primeiro ano do primeiro governo de Branca Motta em Bom Jesus do Itabapoana, e
o então secretário de desenvolvimento do estado Júlio Bueno foi quem trabalhou
intensamente nesses projetos, conforme declarado pelo ex-deputado federal Júlio
Lopes na sessão solene de 15 de agosto de 2021.
Júlio Bueno
faleceu em agosto de 2019, aos 64 anos de fulminante ataque cardíaco, sendo especulado
na época que seu mal súbito foi em decorrência do abalo emocional que ele sofrera
em virtude de seu nome ter sido envolvido em duas delações premiadas da
operação Lava jato-RJ em maio de 2019, a primeira de um empresário delatando
Bueno e o ex-governador, e a segunda com o próprio Cabral depondo que Júlio
Bueno direcionava licitações no esquema de um programa habitacional do estado.
- Empresário delata Cabral e Bueno em maio: https://oglobo.globo.com/politica/lava-jato-empresario-diz-que-irmao-que-lavou-dinheiro-para-cabral-omitiu-dados-em-delacao-23681051
- Cabral delata Bueno em maio: https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2019/05/23/cabral-diz-que-recebeu-propina-como-socio-oculto-de-imoveis-em-areas-nobres.htm
- Júlio Bueno morre em agosto: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2019/08/18/morre-julio-bueno-ex-secretario-de-fazenda-do-rj.ghtml
As
empresas envolvidas nos projetos
Inicialmente,
a empresa que conduziria os projetos das PCH’s Saltinho e Bom Jesus era a Gaia Energia
e Participações S/A sob o CNPJ 09.504.914/0001-64, mas que desde 2010 ela enfrentava
uma profunda crise financeira, ao ponto de não conseguir sequer pagar o valor
acordado com o antigo proprietário da Fazenda Itaguassú para iniciar os estudos
de viabilização do projeto PCH Saltinho, e desde 2013 que ela entrou em
processo na vara de falências de SP, tendo inclusive a empresa desistido em
2011 do consorcio que executou o projeto da usina Belo Monte no rio Xingú.
No mesmo
período que a empresa Gaia Energia e Participações desistia dos projetos da
usina Belo Monte, e das PCH’s Saltinho e Bom Jesus, nascia em 15 de julho de
2011 a empresa Wenergy Participações S/A e que a partir de 2019 passou a ser
denominada como Monex Geração de energia S/A, e não surpreendentemente esta
empresa já nasceu assumindo os projetos das duas PCH’S abordadas nesta
reportagem, cujo sócio fundador, atual acionista majoritário e presidente da
empresa até outubro de 2019 é o economista Diogo Valle Bueno.
Bueno-pai
e Bueno-filho
Os sobrenomes
“Buenos”, o que secretariava o desenvolvimento econômico e a expansão
energética do estado do RJ e o que fundou a Wenergy/Monex, não são coincidentes,
trata-se de pai e filho, pois Júlio Bueno é o pai de Diogo Bueno, que juntos
até maio de 2019 articulavam juntos a instalação das duas usinas de energia no
rio Itabapoana, até as delações da Lava jato alvejar o Bueno-pai e este vindo a
falecer em agosto de 2019, passando então a empresa Wenergy Participações S/A a
se chamar Monex Geração de Energia S/A e na presidência sair Bueno-filho
assumindo Osvaldo de Carvalho Barbosa Ramos, que esteve recentemente em nossa
região tentando aliciar os prefeitos envolvidos no processo e também se
reunindo com vereadores de BJI e BJN.
A saída de
cena de Diogo Bueno das articulações envolvendo os projetos ainda não é fato
esclarecido integralmente, sabe-se que ele se mudou para Portugal e que o
motivo seria os desdobramentos das investigações da operação Lava jato no Rio
de Janeiro, coincidindo com as alterações ocorridas na empresa a partir de
meados de 2019 quando surgiram as delações, com a morte de Júlio Bueno, a
mudança do nome, e com a saída de Diogo da presidência da empresa, mas se
mantendo sócio majoritário da mesma com 95% das ações.
Não há
interesse na produção de energia, e sim na execução da obra
O objetivo
principal do esquema de desvios de recursos nesses projetos não está na
operação de geração de energia, esta é deficitária já na PCH Pirapetinga que em
dez anos de atividade está em sua TERCEIRA concessionária, o interesse de Júlio
Lopes e demais associados-lobistas são os recursos que virão na tomada de
financiamento que a Monex terá direito junto ao BNDES para executar o projeto
de R$ 90.000.000,00 somente na PCH Saltinho, sem saber informar o valor envolvendo
a PCH Bom Jesus.
Os desvios
que ocorrem na execução do projeto de construção da PCH se dão justamente na supressão
das medidas de redução dos danos ambientais durante o andamento da obra, bem
como nas medidas de compensação ambiental que são exigidas depois da conclusão
da obra, bastando observarmos que as PCH’s Calheiros e Pirapetinga não realizaram
sequer 1% do que deveria ter sido concretizado. Agora temos o comparativo a
ser feito nas contrapartidas que a MONEX passou a oferecer a partir de dezembro
de 2020, como a geração de receita para o município e os investimentos
ambientais propostos, salientando que ela somente ofertou essas contrapartidas
mediante a revogação da anuência e o tombamento das cachoeiras, caso contrário,
nada seria pautado.
Uma
empresa pronta para aplicar um golpe
Um detalhe
desperta a tenção no contrato social da Monex geração de Energia S/A, tendo seu
capital financeiro estipulado em R$ 930.000,00, que representa algo em torno de
somente UM POR CENTO do valor total do projeto PCH Saltinho em seus R$ 90.000.000,00
estimado inicialmente, restando evidente que a empresa não tem aporte financeiro
para lastrear o empréstimo, sem contar que o acionista detentor de 95% deste
capital está residindo em Portugal, longe do alcance do judiciário em caso de cobrança
de um anunciado calote que se prevê nesse esquema.
Saliente-se
ainda que a Monex Geração de Energia jamais executou qualquer projeto, ela
nunca construiu um barraco sequer, ela foi criada tão somente para abocanhar
esses dois projetos, e outros três que estão tramitando para instalação de PCH’s
no sul do estado do Rio de Janeiro.
O que se
constata mediante ao acima exposto, é que esses projetos são instrumentos de um
escandaloso esquema e desvios de recursos públicos, pois resta comprovado que a
Monex Geração de Energia não tem lastro financeiro para servir de garantia na
tomada do financiamento para execução do projeto, sem contar que a matriz
energética das PCH’s estão saturadas em todo Brasil, conforme vivemos
recentemente uma grave crise energética proveniente do baixo nível dos reservatórios
das usinas, como no caso da PCH Pirapetinga que nesta estiagem somente consegue
gerar energia por dois dias na semana, levando cinco dias para encher o
reservatório.
A população
de Bom Jesus do Itabapoana rechaça as pretensões de se agredir ainda mais o rio
Itabapoana, os vereadores estão se mantendo omissos mediante ao fato de degradarem
ainda mais o rio para pavimentar um esquema de corrupção, pois trata-se de dois
patrimônios TOMBADOS de maneira IRREVERSÍVEL, e que a presidência da câmara impunemente
chega ao absurdo de propor uma audiência pública para discutir a possibilidade
de destruir DOIS PATRIMÔNIOS TOMBADOS, claro ato de PREVRICAÇÃO e ADVOCACIA
ADMINISTRATIVA.
Na próxima
reportagem, detalharei sobre cada traidor de Bom Jesus que desde 2013 vem
pavimentando o acesso deste esquema a licença provisória obtida em 2018. Branca
Motta, Sávio Saboia, Sebastião Coróia, Jarbas Borges e Luciara Amil, são
grandes traidores da PATRIA BOM-JESUENSE.
Comentários
Postar um comentário
Comente sobre este assunto aqui!