Patrimônio tombado não se discute, se PRESERVA

Não há o que se debater em audiência pública, a sociedade exige atitude dos governantes


Já são quase dois anos que a sociedade vem se manifestando contrária a instalação de novas PCH’s em Bom Jesus do Itabapoana, neste período ocorreram inúmeros debates, chegando ao ponto de diversos candidatos nas eleições de 2020 terem pautado o tema em suas promessas de campanha, e o ponto culminante se deu em dezembro do mesmo 2020 quando se consumou a revogação da anuência concedida em 2015 e com o tombamento da Estrada Velha de Calheiros e das Ruínas do Santa Rosa.

Somente haveria a necessidade de realizar uma audiência pública se nada do que foi acima relatado se consumasse, mas como temos o tombamento como garantia legal para preservar as cachoeiras ameaçadas, resta agora os poderes executivo e legislativo cumprirem suas missões em atender o anseio de todo conjunto da sociedade, inclusive o Poder Judiciário já se manifestou em decisão liminar envolvendo a Cachoeira da Fumaça.

Lei nº 1.447 de 23 de dezembro de 2020, que versa sobre tombamento das ruínas hidráulicas da Cachoeira Santa Rosa

A presidenta da câmara de vereadores insiste em tratar do assunto como se não houvesse o tombamento patrimonial, ela age como se ainda fôssemos postular aquilo que já conquistamos, sua insistência em realizar essa audiência pública somente atende aos interesses da Monex e do Júlio Lopes, temos ilustrando essa matéria os dois tombamentos aprovados em dezembro de 2020, para que nenhum vereador tenha dúvidas do que deve ser feito.

A distância institucional da atual legislatura é sem precedentes em toda história de Bom Jesus do Itabapoana, jamais houve qualquer governante que manifestasse tamanha indiferença com um posicionamento da Igreja Católica, quanto mais na Matriz do Senhor Bom Jesus, que foi quem reivindicou junto ao ex-prefeito Roberto Salim o tombamento da Cachoeira da Fumaça em virtude da história do Vigário João Mendes Ribeiro, conforme ofício da paróquia em anexo.

Lei 1.448 de 23 de dezembro de 2020, que versa sobre o tombamento da Cachoeira da Fumaça de Calheiros

Além da Matriz do Senhor Bom Jesus, ainda tivemos a manifestação contrária a instalação de novas PCH’s no rio Itabapoana de outras três comunidades católicas bom-jesuenses, a paróquia de São Geraldo Magela de Bom Jesus do Norte-ES, paróquia de São José do bairro Lia Márcia e a quase-paróquia de Nossa Senhora de Lourdes e São Pio, do Arraial Novo/Calheiros, e mesmo assim doze vereadores sucumbem as pressões da presidenta-lobista que agora diz “ser a favor do rio”.

Vejam bem, senhoras e senhores, desde julho de 2020 que inúmeros eventos ocorreram na defesa do rio Itabapoana, começando pelo ofício da Matriz do Senhor Bom Jesus solicitando o tombamento, em agosto a subseção e a seccional da OAB-RJ se manifestou como parte interessada no inquérito que tramita no Ministério Público Federal, em novembro o café ecumênico no Rio Life Instituto que contou com a presença do chefe do executivo, o juiz da comarca e diversas lideranças religiosas de variados credos, e nenhum vereador compareceu, em dezembro foi criada a REDI e lançada a Pastoral Integral da Ecologia da Matriz do Senhor Bom Jesus, em março de 2021 tivemos em um mesmo fim de semana a expedição canoagem, o jantar da REDI no Rio Life Instituto e a manifestação com coleta de assinaturas com a presença do vice-prefeito, em abril quatro comunidades católicas assinaram um manifesto contra novas usinas de energias, denominado como a “Páscoa do Itabapoana”, em junho a TV Gazeta Sul veiculou o documentário sobre o rio Itabapoana na série “Projeto Biguá” e em julho a Associação Comercial e Empresarial de Bom Jesus do Itabapoana se manifestou na defesa do rio Itabapoana, e somente agora, depois do papel miserável do Júlio Lopes que a presidenta do legislativo pretende realizar uma audiência pública?

O que todo conjunto da sociedade bom-jesuense EXIGE dos vereadores, é que se cobre do prefeito o envio do ofício ao IBAMA e a ANA determinando a suspensão de qualquer processo de licenciamento envolvendo das cachoeiras tombadas, além de comunicar que a anuência concedida em 2015 fora revogada em dezembro de 2020, e assim se encerra o assunto dentro da esfera municipal, caso contrário, a insistência e sustentar uma insustentável audiência pública somente alimentará a insatisfação geral da população com os vereadores.






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