Vídeo: Cachoeiras do Itabapoana e suas nomenclaturas

No segundo capítulo da série “Memórias do Itabapoana”, o professor Arthur Soffiati aborda as informações de um antigo dicionário sobre rios do Brasil, na citação sobre o Itabapoana apontando quatro cachoeiras no trecho a seguir:

“No verbete, o dicionário prossegue explicando que as cabeceiras do rio situam-se na serra do Caparaó, com o nome de rio Preto, recebendo o topônimo de Itabapoana depois de coletar as águas do rio Verde. Com curso de 264 quilômetros, dos quais 66 navegáveis entre a foz e a vila de seu nome, corta solos cuja fertilidade é a melhor do Estado depois da capital.

Acidentado, em seu curso assinalam-se as cachoeiras de Santo Antônio, Inferno, Limeira e Fumaça, esta última com 100metros de altura.”

Observem que temos quatro cachoeiras mencionadas no estudo, duas delas conhecidas atualmente nas cachoeiras do Inferno, localizada na Barra do Pirapetinga dentro dos domínios da PCH Franca Amaral, e a da Fumaça, o que em tese nos reporta a de Calheiros, mas a observação acerca da altura dela abre uma discussão, pois a Cachoeira da Fumaça de Calheiros não é alta a ponto de ter cem metros de altura, no máximo dez metros em seu ponto mais alto, restando ainda a Cachoeira da Limeira, que muito provavelmente são as extintas corredeiras da Gabiroba, nas proximidades das ruínas do Porto de Limeira, e a desconhecida Cachoeira de Santa Antônio.

Pois bem, ao pestanejar sobre essa Cachoeira da Fumaça com mais de cem metros de altura, imaginei que o estudo havia se equivocado em sua rota e mencionado a conhecida cachoeira da Fumaça localizada entre os municípios de Alegre e Iúna, totalmente fora da bacia hidrográfica do Itabapoana, até que recentemente descobri uma TERCEIRA Cachoeira da Fumaça em nossa região, essa também extinta e localizada no rio Preto, nos limites do município de dores do Rio Preto-ES, atualmente está nela instalada a PCH Fumaça.

Foi no documentárioMazelas e destruição de rio” – de Pedro Teixeira, que consegui a rara imagem da extinta Cachoeira da Fumaça do rio Preto, em Dores do Rio Preto, com filmagem de Estevão Tardin, a produção registra a expedição ambiental realizada entre os anos de 1991 e 1992 e nela está a cachoeira, cuja denominação foi invertida com a Cachoeira Alegre, localizada um pouco acima desta.

Resta agora levantar a discussão se a ainda não identificada “Cachoeira de Santo Antônio”, possa vir a ser a Cachoeira da Fumaça de Calheiros, cuja denominação do arraial em sua origem levava o nome de seu padroeiro, primeiro se chamando Santo Antônio do Rio Preto, passando a Santo Antônio do Itabapoana e por fim Santo Antônio de Calheiros.

Comentários

Postagens mais visitadas